Ao lado dos chefes de estado de quatro países da América Latina, o governador maranhense Jackson Lago defendeu a integração entre os povos para o enfrentamento da crise financeira internacional e o desenvolvimento social, ontem, em Belém, no Fórum Social Mundial 2009 (FMS), que acontece até 1 de fevereiro na capital paraense. O encontro aconteceu no ginásio de esportes da Universidade Estadual do Pará.
Mais de 1200 representantes do Movimento Sem Terra (MST) e Via Campesina participaram do ato. O principal objetivo do evento foi a definição de estratégias de integração entre os movimentos sociais da América Latina, com foco no desenvolvimento social. Entre as autoridades presentes estavam o presidente da Venezuela, Hugo Chaves; do Equador, Rafael Correa; do Paraguai, Fernando Lugo, e Evo Morales, da Bolívia, além do presidente nacional do MST, João Pedro Stédile.
O presidente do MST, João Pedro Stédile, destacou que no Brasil o estado do Maranhão já iniciou um novo modelo de desenvolvimento focado na educação. Segundo ele, Jackson Lago foi o precursor na luta contra o analfabetismo ao lançar o Plano de Alfabetização Educadora do Maranhão. O plano tem como meta alfabetizar 769.886 jovens, adultos e idosos em situação de analfabetismo nos 217 municípios maranhenses até 2011.
O encontro teve início com a manifestação de lideranças sociais defendendo a parceria contra a crise financeira internacional e outros desajustes provocados pelo sistema capitalista. O primeiro pronunciamento foi do presidente do Equador, Rafael Correa. O chefe de estado destacou a importância da integração entre os povos latinos, sendo esta a única saída para evitar o caos social, já evidenciada no Brasil com a demissão de trabalhadores em mineradoras e multinacionais. Correa também enfatizou a relação estreita entre os governos do Brasil e do Equador.
Da mesma forma Fernando Lugo, do Paraguai, ressaltou a importância dos países latino-americanos defenderem uma estratégia comum para o enfrentamento da crise. Segundo ele, o Fórum Social Mundial é o espaço mais adequado para se discutir a crise, já que reúne representantes de diversas partes do mundo, unidos no desafio de promover um mundo melhor. Nesse público, Lugo incluiu os cinco presidentes latino- americanos que estão no Pará para participarem do FSM.
Jackson Lago e Presidentes da América do Sul no Fórum Social Mundial-FSM
Evo Morales, da Bolívia, atribuiu aos movimentos sociais, campesinos e de mulheres a possibilidade de liderarem a mudança no modelo de desenvolvimento da América Latina. Segundo ele, os governos progressistas estão convencidos que somente a luta dos movimentos sociais poderá garantir uma troca contínua na região. Por fim, Morales também ressaltou que foram os movimentos sociais que o fizeram chegar a presidência da Bolívia, assim como os demais presidentes que participam do FSM.
O presidente da Venezuela, Hugo Chaves, comparou o FSM a maior assembléia da humanidade, maior expressão dos atores emergentes que clamam por um mundo melhor. Assim como os demais presidentes Chaves defendeu a união política dos países latinos tanto para o enfrentamento da crise quanto para o desenvolvimento de estratégias voltadas para melhorar a qualidade de vida da maioria da população.
Fonte: jornal O Imparcial