segunda-feira, 30 de março de 2009

NÃO DÁ MAIS PRA SEGURAR

Queridos amigos

A cada minuto, o Maranhão faz pulsar nesse Gigante adormecido uma pergunta que nos estremece, perguntando : O que será que será? Para respondê-la, urge, não só escutá-la, intensamente, acolhendo os pedidos de socorros,de urgências, de amparos que elas carregam. Afinal, são muitas necessidades vitais negadas, são muitos sonhos ameaçados, por tanto tempo. São esperanças de crianças, de jovens, de adultos que estavam envolvidos, participando de um governo popular. Mas é urgente também, escolher os instrumentos que estão à nossa disposição, para compartilharmos dessa frente cívica que ficará na memória épica dos maranhenses e dos brasileiros, abrindo outros caminhos para nossas ações políticas.

O povo está nas ruas, e as iniciativas de defesa à democracia crescem e se complexificam a cada dia. Entre essas medidas, valeria a pena ressaltar as marchas de Imperatriz, de Itapecurú, de São Luís ,que bem que ilustram a indignação popular e a responsabilidade dos maranhense, os levando a organizar a "Nova Balaiada" que se espalha pelo Maranhão, pelo Brasil e com notícia pelo mundo a fora. Lado a lado com esse movimento, vai crescendo o número de ações que se endereçam ao Superior Tribunal Eleitoral, Mas, a presença de organizações, de profissionais também se multiplicam nessa luta. É o caso de jornalistas que, ora, enfrentam assaltos que lhe roubam registros, também espantosos das manifestações populares, (como bem nos relata Mário Jakobskind, transcrito a seguir), ora, analisam e se contrapõem às travas que se reproduzem tentando abortar os movimentos de emancipação do Maranhão (Luiz Nassif), ora, ainda, os compositores (como Zeca Baleiro, na Revista Isto É), que testemunham uma realidade em que sonhos e práticas democráticas são pisoteadas, como uma maneira indireta de nos fazer ver a potência de uma outra democracia que pede mais espaços no Brasil.

Em nome de tudo isto, compartilho com vocês este apelo ressonante, que vem do coração das ruas e das estradas, dos becos e ladeiras do Maranhão, que em meio a tantas desigualdades, confluem em defesa da honra que um voto, que foi traduzido em ações, viabilizando benefícios para um povo, até então acostado às margens da história, pode significar. Assim, mais de um milhão de analfabetos passaram a ser chamados a participar e a vislumbrar uma outra realidade, como, por exemplo, sua inserção, numa alfabetização educadora que vai avançando de mãos dadas com os que dela precisam, como bem exemplifica o PLANO DE ALFABETIZAÇÂO EDUCADORA de JOVENS, ADULTOS E IDOSOS (PAEMA), que está disponível no Blog do Luiz Nassif.

Se bem que a ressonância do canto de Gonzaguinha nos avisa a todas e a todos, que não dá pra segurar, não desejamos explodir os corações mas, mantê-los unidos ao generoso povo brasileiro e assim pensando apaixonadamente, conjugarmos instrumentos de afirmação democrática.
Professora Célia Linhares
MARANHENSE E PROFESSORA DA UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE